quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Cartas para Julieta


título original: (Letters to Juliet)
lançamento: 2010 (EUA)
direção:Gary Winick
atores:Amanda Seyfried, Gael García Bernal, Vanessa Redgrave, Christopher Egan.
duração: 105 min
gênero: Comédia Romântica



Sinopse
Sophie (Amanda Seyfried) é uma aspirante a escritora e juntamente com noivo Victor (Gael García Bernal), que sonha em ter seu próprio restaurante, viaja para a Itália. Em Verona, onde se passou a história de Romeu e Julieta, local perfeito para uma lua de mel antecipada, Sophie acaba percebendo que seu noivo está mais interessado nos fornecedores para seu restaurante do que nela. Na cidade, descobre uma antiga carta de amor e junta-se a um grupo de voluntárias que responde estas missivas amorosas. Para sua surpresa, a remetente Claire Smith (Vanessa Redgrave) ouve o conselho dado na resposta e vai procurar Lorenzo por quem se apaixonou na juventude. Mas existem muitos italianos com o mesmo nome e Sophie mostra interesse em ajudá-la na tarefa, desagradando o neto Charlie (Christopher Egan) que já tinha reprovado essa louca aventura da avó viúva.

Quando assisti este filme imaginei ser mais um daqueles estilos sessão da tarde.Muito lenga-lenga e sempre os cortes para as paisagens.Porém,me encantei com a história e lógico,os cortes eram de uma beleza maravilhosa e inebriante.Pesquisei para vocês se a tal história existe mesmo e adivinhem!!!!!É verdade....

Colhi dados que agora passo para vocês.

Para encontrar o local mais romântico na cidade natal de Romeu e Julieta, Verona, é preciso tomar uma rua de pista dupla que sai do centro pitoresco e depois descer uma ladeira até uma decrépita propriedade industrial. Depois do cemitério, perto de um desvio ferroviário, está um escritório cujo negócio são os segredos mais apaixonadamente guardados das pessoas, suas mais profundas esperanças e temores. A sede do Club di Giulietta (Clube de Julieta).Fonte:John Hooper, The Guardian.

Letters To Juliet (Cartas a Julieta) conta a história ficcional de uma jovem jornalista americana que se une a este notável grupo de voluntários, respondendo a mensagens - enviadas de todo o globo para a heroína de Shakespeare - por amantes procurando conselho, ou como um pretexto para se aliviarem. Sentadas em torno de uma mesa forrada de cartas manuscritas, três dos "secretários" reais de Julieta, Giovanna Tamassia, Elena Marchi e Gioia Ambrosi, contam-me histórias que são alternadamente tocantes e curiosas, e até provocadoras e dilacerantes,

"É uma grande responsabilidade", diz Tamassia, cujo pai, Giulio, é o presidente do clube. Ambrosi, uma estudante de 25 anos e a mais parecida com a heroína de Letters To Juliet (interpretada por Amanda Seyfried), descreve a correspondência como "um blog sobre a humanidade". O filme coloca os secretários de Julieta num escritório que dá para uma varanda da casa onde se alega que a heroína de Shakespeare viveu. Embora o clube tenha um posto avançado ali, o trabalho mesmo é feito por 15 voluntários não remunerados neste pequeno escritório de tijolo vermelho perto dos trilhos da ferrovia.

Até onde se sabe, a primeira carta, endereçada simplesmente a "Julieta, Verona", chegou nos anos 1930, provavelmente em decorrência da versão da tragédia de Shakespeare no filme de George Cukor. A carta acabou chegando ao "túmulo de Julieta", outro local de duvidosa autenticidade, na cripta de um mosteiro encostado nos muros da cidade. O funcionário do local, um veterano que aprendera um pouco de inglês na Primeira Guerra Mundial, decidiu responder. E continuou respondendo à medida que novas cartas chegavam.

Após a 2ª Guerra, um poeta local assumiu secretamente o papel de secretário de Julieta, mas desistiu, aparentemente por embaraço, quando sua identidade foi descoberta. Por fim, nos anos 1980, o prefeito de Verona decidiu entregar a tarefa ao Club di Giulietta, um grupo formado para promover iniciativas associando sua cidade à peça de Shakespeare.

"Recebemos mais de 5 mil cartas por ano", diz Tamassia. "E há ainda os milhares de bilhetes deixados na casa e no túmulo de Julieta." Ela admite que cerca de três quartos das mensagens são de mulheres, e que o maior grupo isolado é formado por adolescentes americanos. Na parede da arcada que leva à casa de Julieta no centro medieval de Verona, porém, há bilhetes em todos os idiomas: cartas completas e juras de amor imorredouro de Hamid a Zineb, de Xona a Katrina, em chinês e em sérvio-croata. Algumas são genuinamente poéticas ("Por esperança e amor; por aquele que eu mais amei, meu amado, meu coração", em francês), outras nem tanto ("Fiquei com dor de estômago no coração", queixa-se uma italiana bem pouco romântica).


No começo de maio, então, forma-se um engarrafamento constante de pessoas embaixo da arcada, com visitantes entrando e saindo da suposta casa de uma personagem de ficção. Um informe diz aos visitantes que desde o século 12 a casa pertenceu a uma família chamada Capello, acrescentando, para não haver dúvidas, que "daí deriva o nome Capuleti, a casa nobre de Julieta". A casa de Julieta possui também uma caixa postal onde as cartas podem ser deixadas, e quatro terminais de computador montados em gabinetes metálicos que imitam antiguidades, nos quais os visitantes podem digitar uma mensagem para a garota que pendia "da maçã do rosto da noite como uma rica joia numa orelha de etíope". Surpreendentemente, talvez, os e-mails são menos de 10% das mensagens que chegam aos escritório dos secretários.

Das cartas, a imensa maioria é manuscrita com caneta e tinta. E é assim que elas são sempre respondidas. "O que as pessoas com frequência escrevem é: ´Você é a única que pode me compreender`", diz Giovanni Carabetta, o arquivista do clube.

Franklin Ohenhn, de origem nigeriana, que substituiu sua irmã como um dos secretários de Julieta, diz que por vezes se vê arrastado para mundos muito distantes da gentil e pitoresca Verona. "Uma garota da nona série me contou que estava chorando quando escreveu sua carta, sobre um namorado seu que havia sido morto numa briga de gangues nos Estados Unidos". A carta mais difícil que ele teve de lidar foi de outra adolescente americana que queria saber se devia conservar o bebê de um rapaz que ela sabia que a estava traindo. "Eu lhe disse para seguir o seu coração", diz Ohehnh, dando de ombros.

Os secretários podem recorrer aos serviços de um psicólogo, e às vezes precisam deles. "Acho que o caso mais estranho que temos nos arquivos é o de um rapaz de Verona", diz Carabetta. "Quando ele tinha 24 anos, estava no cemitério e viu a fotografia de uma jovem num túmulo. Ela morrera havia muitas décadas, e o túmulo estava abandonado. Ele começou a cuidar dele e aos poucos criou um relacionamento com ela. Ele vivia a coisa como se fosse amor."

O aspecto mais extraordinário, talvez, desse empenho todo é que os secretários fazem isso de graça. "Bem, o conselho nos dá o dinheiro para os selos", explica Giulio Tamassia. "Mas ele nem é suficiente (para cobrir a postagem). Agora mesmo, estou tendo uma disputa com o conselho. O que nós fazemos traz toda sorte de vantagens para Verona, e acho que já é hora de eles pararem de nos tratar assim. Estamos trabalhando por nada." Carabetta sorri. "Não por nada, Giulio... Pelo prazer de ler essas cartas maravilhosas."

E, quem sabe, em alguns casos, por outras razões mais pessoais. "Isso me ajudou a acreditar novamente nos sentimentos", diz Marchi. "Se um caso de amor é feliz, ele é feliz, Mas o que conta é ter um coração que esteja vivo, não é? Estar em contato com os próprios sentimentos, do jeito que forem as coisas. Não há nenhuma garantia no futuro." Um sentimento com o qual a Julieta verdadeira - ou melhor, ficcional - teria fervorosamente concordado. (Tradução de Celso M.)

Que tal agora arrumar as malas e encarar a belíssima Verona.Quem sabe o amor não está mais perto do que você imagina,mesmo estando a milhares de quilômetros de distância?

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